Dimitria é pastora sem cajado.
Do alto da pedra onde se senta, olha o rebanho, imune.
Mas às vezes, uma aproxima-se e lambe-lhe os pés descalços.
Nasce então no seu rosto um sorriso vindo desse momento armazenado.
Outras vezes, uma investe na sua direcção.
É daquelas que fazem sentir a mágoa a aflorar, a assomar e a descer transformada em lágrima.
Então esconde-se. Foge. Busca o refúgio nos dias.
Di-mi-tri-a é pastora,
E guarda recordações.